Qual a importância de ter boas relações e fazer conexões na contabilidade?
Para falar um pouco sobre o assunto, estive com o Bruno Lanna, que é um dos meus mentorandos há 4 anos e teve uma evolução fantástica desde que entrou no nosso grupo.
O Bruno é diretor da ACCE contabilidade em Belo Horizonte, a empresa está há mais 47 anos no mercado, ele está à frente da administração da empresa buscando sempre o melhor para a empresa.
Falo com frequência sobre a importância de criar conexões, é uma dica que sempre dou aos meus alunos: construa conexões, utilize o networking a seu favor sempre.
O Bruno começou a criar um processo de conexão e esse processo ficou mais forte há alguns anos.
Ele disse que para falar sobre o tema “conexões na contabilidade” ele gostaria de recapitular sua história.
Bruno é formado em relações públicas e entrou na empresa de contabilidade porque representava uma oportunidade de trabalho, ele aceitou um convite feito pelo pai.
Quando ele começou a trabalhar com os pais e percebeu que quando o assunto era contabilidade, não se falava em empresa e nem em escritório, era citado apenas o referido contador.
E dentro do mercado contábil de Belo Horizonte, percebeu que não havia conexão nenhuma entre as empresas.
Um contador enxergava o outro somente como uma ameaça, alguém que roubaria seus clientes, só havia concorrência, não se falava em conexão.
A ideia desse termo era inexistente para os contadores, e até hoje é “desconhecido” por alguns.
Bruno começou como office boy na empresa dos pais e aos poucos foi aprendendo a contabilidade, ele viu que aquela empresa poderia se transformar em algo muito maior. Ele é formado em relações públicas, da área da comunicação, e percebeu que na empresa existia algo, que ele ainda não sabia identificar, mas que representava uma grande oportunidade.
Foi através de um link patrocinado do Anderson Hernandes no Facebook que começou a conhecer o nosso trabalho e entender um pouco o que fazíamos nas redes sociais.
Pensando em se aperfeiçoar e levar o negócio a outro nível se inscreveu para participar da nossa mentoria.
Quando Bruno chegou a nossa sede, deparou-se com outros empreendedores, ele não conhecia ninguém e estava em “desvantagem’ pois só se juntou a eles no segundo encontro.
Ele acabou nos procurando porque acompanhava o meu trabalho nas redes sociais e era fã, e ele decidiu que mudaria o caminho dele.
Na nossa mentoria ele encontrou pessoas de outros estados e com realidade diversas que estavam em busca do mesmo propósito: através de uma conexão, uma união, buscar algo diferente e melhor.
Ele teve a de ter mais contato com o marketing, entender o que outras empresas já estavam fazendo.
O marketing sempre foi aplicado para muitas atividades, mas quase ninguém pensava nele aplicado a escritórios de contabilidade.
O processo de conexão
Bruno começou a frequentar os encontros e criou a tão buscada conexão com o grupo.
Eles estão há quatro anos juntos na mentoria e criaram uma grande conexão.
A palavra conexão se encaixa em tudo e segundo o Bruno, além da amizade que se formou, esse compartilhamento de informações não tem preço.
Compartilhar ideias e ações, sem olhar o outro como um concorrente, é a chave. No grupo de mentoria, os participantes torcem pelo sucesso um do outro, isso é fantástico.
Considerando o cenário atual, é raro nos dias de hoje compartilhar informações com colegas de profissão.
O mercado contábil ainda tem uma dificuldade muito grande de criar um processo de conexão.
Os empreendedores acabam criando muitas ilhas diferentes, ilhas de um homem só, de uma empresa só.
Mas, por que isso acontece?
Bruno acredita que esse é um fator cultural, que é a herança do que foi a contabilidade.
A importância do conhecimento
Em geral, há um medo generalizado de compartilhar informações, isso acaba sendo “proibido” porque o outro vai roubar a sua ideia, o outro vai tomar os seus clientes e etc.
Num mercado tão grande, não há nem como ter a pretensão que um único escritório terá todos os clientes do país, as pessoas sabem disso, mas não internalizam a informação. Há mercado para todos, basta saber trabalhar e se dedicar.
Como empreendedores já passamos da hora de perder esse medo, de acreditar que ajudar um amigo vai nos prejudicar.
O melhor é entender que uma conexão gera outra conexão, acabamos nos envolvemos em diferentes conexões porque iniciamos um simples processo.
Através de uma mentoria o Bruno conheceu um universo de oportunidades, ele estabeleceu conexões com muitas pessoas, outros tipos de empresa e conheceu outros tipos de negócio.
Estar aberto a conexões proporciona oportunidade de negócios muito maiores do que somente a contabilidade.
A contabilidade fica pequena comparada ao universo aberto a partir das conexões.
Ele participa de um grupo chamado BNI. Consiste em basicamente uma rodada de negócios, que já existem em mais de 73 países. É uma franquia que reúne pessoas e o objetivo é fazer referências entre os membros de áreas totalmente diferentes, mas, talvez correlatas e abrir oportunidades.
Esse tipo de networking tem ajudado muito no crescimento pessoal e profissional do Bruno.
Ele diz que uma das melhores experiências que teve no grupo foi a apresentação da sua empresa aos demais participantes.
Toda semana um empreendedor do grupo tem a oportunidade de apresentar a empresa aos demais.
E essa apresentação é aberta e emocionou muito seus pais, que fizeram questão de acompanhar.
Como eu disse acima, o Bruno não é contador de carreira, mas resolveu aproveitar a oportunidade e dar continuidade a uma empresa de família, e isso além de trazer resultados para a empresa foi muito significativo para seus pais.
Bruno confessa não gostar de contabilidade, mas em contrapartida, se diz apaixonado pela administração do seu negócio.
Conhecendo a história
Na ACCE ele conta com um time de 20 pessoas, trocou de sede este ano e diz que para que sua equipe entregue tudo é preciso que ele seja o melhor gestor.
Se não houver alguém na administração, no comercial, no marketing eles não conseguem entregar e esse papel ele faz muito bem.
Hoje o contador é muito mais que um emissor de guias, há muito mais envolvido.
O BNI já trouxe muitos resultados para o Bruno.
À medida que ele vai trabalhando no grupo, conquista a confiança dos demais, e começa a ter o seu trabalho referenciado pelos membros, tudo isso porque conhecem a empresa um do outro. A troca de referência é muito forte.
Podemos notar que algumas pessoas que começam a participar de grupos no mercado contábil acabam saindo depois de pouco tempo.
Bruno acredita que para além da contabilidade, todos temos um prazo de maturação e de entendimento.
O novo geralmente assusta, e muitas pessoas não estão preparadas para isso, não estão preparadas para receber essa enxurrada de informação e muitas vezes tem medo de estar num grupo onde há a troca de informações e ela sente impossibilitada de “oferecer” algo.
Muitos empreendedores, por medo, acabam acreditando que o nível do grupo está muito acima do nível seu.
E isso é uma bobagem, todos temos algo a compartilhar, mesmo que sejam erros.
Os erros que cometemos no nosso dia a dia devem ser compartilhados, talvez esse possa ser o erro do outro e ele não sabe.
Essa troca de informações é indispensável e muita gente rompe por medo de arriscar.
Mas arriscar é parte de qualquer negócio, muitas pessoas deixam de dar um passo à frente por medo de arriscar. No mercado de hoje, com a competição que existe, com a evolução das informações e a tecnologia é preciso arriscar.
Além disso, para empreender é preciso manter o foco, colocando seus objetivos como prioridade, mas você não pode deixar que o hábito ou a rotina engula o seu negócio e elimine seus objetivos.
Nós perdemos o foco muito rápido, é natural, mas é preciso ter consciência de que o marketing não é uma receita mágica e os resultados não vem da noite para o dia.
Se o empreendedor não tiver persistência naquilo que está fazendo, acaba esfriando o negócio.
E ao pensar nesta questão da conexão, dentro de um programa de mentoria nós temos a figura do mentor. Ele não constrói o projeto sozinho, mas, ele coordena o projeto como um todo.
Por que o mentor precisa estar à frente?
Quando há a figura do mentor, na visão dos mentorandos, ele deve ser alguém que tem algo muito legal para contribuir para o crescimento de cada um, com habilidade de ajudá-los a trilhar um caminho.
Um mentor não vai te dar os resultados, não vai te dar um negócio pronto, ele vai ajudar o empreendedor a pensar e trilhar o seu caminho.
Mesmo porque, cada situação é individual, cada negócio é um negócio, ter um mentor disponível representa uma luz no fim do túnel, ele mostra que podemos chegar lá.
Como é o Anderson Hernandes no papel de mentor?
Pelas palavras de Bruno: “Você sempre traz algo totalmente novo. Em momentos ficamos nos bastidores pensando no que o Anderson vai nos entregar e sempre que chegamos, somos surpreendidos por muita novidade. Você pode estar falando até da mesma coisa que já falou, mas é diferente e de uma visão diferente e talvez naquele momento a ficha caia. Ter um mentor faz com que continuemos acreditemos que é possível fazer algo novo e diferente”
Confira algumas perguntas que fizemos para o Bruno e conheça um pouco mais sobre sua experiência e compartilhamento de informações:
Em relação a performance dos demais, o quão significativo é olhar para um colega que está performando e que foi evoluindo e a chegada de novos mentorandos?
R.: Isso é muito motivador e oxigena o grupo, é fundamental.
Uma pessoa nova com novas experiências, novas dificuldades, com ideias novas agrega muito.
Trazer gente nova que está fazendo a diferença tira a maioria da zona e conforto.
Um fator que podemos observar na jornada do Bruno é que ele investe muito tempo em treinamentos, além de vir sempre para São Paulo nos nossos cursos, Bruno está sempre em outros treinamentos e procurando aprender.
Por que você sai tanto da sua cidade e decide participar desses treinamentos com regularidade?
R.: A questão do treinamento é primordial para os resultados, isso abre portas para um universo desconhecido.
Os empresários em geral acabam ficando muito sozinhos em uma mesa, sem alguém para compartilhar experiências e dúvidas.
As conexões com amigos são essenciais, e ter amigos empreendedores fora da sua cidade também, isso mostra fatos que estão fora da visão dos empresários.
Então, é preciso sair da sua empresa e ir em busca de conhecimento em outros estados.
Mas, como nem tudo são flores, todo o conhecimento adquirido nessas oportunidades deve caminhar juntos com a ação.
É comum que o empresário saia da sua sede acabe tendo dificuldade, por mais que queira colocar em prática na sua empresa o que aprendeu.
E não é mesmo fácil, pois quando ele volta para sua sede, se depara com um time que de certo modo não está com a mesma visão do empreendedor.
Para resolver essa questão, Bruno fez algumas mudanças, começou a levar pessoas estratégicas do seu time para participar de alguns eventos, para que eles pudessem abrir a mente como ele e trazer mais resultados para a empresa.
Começamos a nos deparar com empresas na área de tecnologia que abriram uma nova porta de conexão com programas de parceria, programas com o objetivo de reunir mais a classe contábil.
Isso de certa forma tem ajudado a transformar a cabeça do profissional contábil?
R.: Sim! O que está acontecendo é fundamental.
O fato de estar próximo de outros colegas observando os resultados, entendendo suas dificuldades e dores, mostra que não estamos sozinhos e que temos muito a compartilhar com o outro.
As empresas que realizam essas parcerias estão aumentando no mercado, isso é ótimo.
Para quem ainda está isolado no seu “mundo” e não conseguiu se conectar, têm medo, ou enfrenta outra barreira, o que você diria para esta pessoa que se sente tão só no universo contábil?
Bruno diz “Um dia nós tivemos aí, onde vocês estão, sentados na cadeira acreditando que o negócio não pode ir para frente, que não há o que fazer, que a concorrência que está crescendo é desleal, já tivemos na mesma situação. Não pense que você é o único e que isso só acontece com você, aconteceu com todos os mentorandos, não tenha medo, saia da sua mesa e comece dando um passo de cada vez. Busque algo novo para fazer, existe muita possibilidade nova no mercado, saia da sua zona de conforto e venha para perto.”
Encerramos bem este conteúdo mostrando a força das conexões.
Você conheceu um pouco sobre a história do Bruno, que teve sua vida profissional transformada junto a sua empresa contábil e isso está ligado a média de pessoas que ele tem a volta dele.
Jim Rohn afirma o seguinte: “nós somos a média das cinco pessoas que mais passamos o tempo”.
Então, se você está entre pessoas fortes a convivência com elas vai ajudar a levar o seu negócio para outros níveis.
É preciso priorizar o convívio com pessoas que nos oferecem algo, todos ganham com isso.