Com doze anos queria ter meu dinheiro e comecei a fazer porta-objetos de palitos de sorvete e para completar minha pequena renda guardava carros na feira.
Com treze trabalhei de funileiro onde aprendi a lixar, soldar e a pintar carros.
Com quatorze anos, no meu único emprego registrado fui office-boy numa malharia e para complementar minha renda vendia malhas de algodão.
Dezoito meses depois fui dispensado e comecei a revender sacos de lixo na rua.
O saco de lixo deixou de ser rentável, fiz cursos de perfumaria e passei a fabricar e vender de porta em porta perfumes e cosméticos.
Quem comprava perfume poderia comprar outros produtos, assim fiz outro curso, aprendi a confeccionar gravatas, emprestei a máquina da minha mãe e vendi tantas que após vinte anos conheço pessoas que ainda usam gravatas que costurei.
Fui convidado a vender lingerie e pensei, por que não? Aprendi sobre modelagem, bojos, perdi a vergonha e confesso que foi muito divertido.
A confecção entrou em crise, passou a fabricar cintas modeladoras pós-cirurgia plástica e não só vendi como me tornei modelo do catalogo masculino.
Depois de um tempo comprei uma avícola junto com meu pai e passei a criar, matar, despenar, limpar e vender frangos e galinhas e até hoje corto frango a passarinho com destreza.
Formei-me em contabilidade, vendi a avícola, estagiei seis meses no escritório de um amigo e montei um pequeno escritório onde oferecia meus serviços de comércio em comércio.
Decidi construir minha casa, e sem dinheiro trabalhei de servente de pedreiro com meu pai e do alicerce ao acabamento dez meses depois minha casa ficou pronta.
A contabilidade cresceu e se tornou a empresa de hoje. Continuei estudando, escrevi o primeiro livro, fiz a primeira palestra e hoje após seis livros e centenas de palestras, garanto que o segredo não está nas funções que escolhi exercer, mas em exercer tudo que escolhi com dedicação e alegria, esperando continuar igualmente assim em todas aquelas que um dia também poderei exercer.
Anderson Hernandes