MERCADO DE CONTABILIDADE NOS EUA vs MERCADO DE CONTABILIDADE BRASILEIRO

A dúvida de muitos empreendedores que não tem a oportunidade de estar em outros países é : nós da contabilidade estamos atrás do mercado contábil americano?

Eu costumo ir a muitos eventos internacionais e vou passar um pouco da visão que eu tenho a partir dessas experiências.

O que acontece com o mercado americano?

O mercado americano e o mercado brasileiro, sob o meu ponto de vista, estão equalizados.

O profissional americano não está numa situação muito diferente do profissional brasileiro.

Muita gente não está conseguindo se adaptar a todo o processo de transformação e muita gente se sente ameaçada.

Processo de adaptação

Nos eventos fala-se muito sobre robotização, sobre automação e começou-se a trabalhar mais fortemente a temática de inteligência artificial.

Em eventos que participo fora do país as palestras mostram como tudo isso vai afetar e como está afetando a vida das pessoas, sobretudo os contadores.

O público tem algumas dificuldades que são comuns como no Brasil.

Vi algumas palestras sobre venda de serviços consultivos e percebi um distanciamento muito grande entre as pessoas que estavam assistindo a palestra a possibilidade de colocar em prática efetivamente a estratégia, que se assemelha muito a situação que temos no Brasil.

Sob o ponto de vista tecnológico eles também estão passando por um processo e também enfrentam dificuldades e precisam se adaptar.

A necessidade de adaptação não acontece somente para você ou pra mim, mas também para os EUA e o desafio que eles têm de lidar com a tecnologia é muito grande e empresas contábeis de lá estão mais envelhecidas.

E poucos influenciadores americanos são novos, no sentido de idade.

Foi citado numa dessas palestras que em mais de 90% dos casos a venda acontece a partir de indicação e isso tem que mudar.

Pois isso limita a empresa, gera uma série de entraves de crescimentos, substituição de carteira, dificuldade de pivotar o seu negócio contábil para outro negócio menos ameaçado, enfim, muitas coisas que você pode pensar e se depender de indicação estará perdido.

E no Brasil este cenário não é diferente, é preciso refletir sobre esta questão porque o grau de maturidade no processo de vendas de serviços contábeis é absurdamente pequeno.

Os desafios de vender o serviço contábil

Na prática tanto o americano quanto o brasileiro tem uma dificuldade enorme de “se vender”.

Eles acreditam que apenas receber uma indicação é fazer uma venda de serviços quando na verdade existem outras coisas envolvidas e é preciso aprimorar isso.

E o que temos feito para mudar isso?

Eu diariamente produzo conteúdos online, conteúdos para minha escola de negócios, faço palestras pelo Brasil todo para incentivar empreendedores a virar a chave e aprender estrategicamente como aplicar muitas coisas, a minha missão é abrir os olhos dos empreendedores para essa necessidade de mudança.

Nesse aspecto há pouca diferença entre os dois mercados.

Existe uma diferença muito grande quando comparamos a legislação americana e a legislação brasileira, mas isso não vem ao caso.

Como eu disse acima nos EUA fala-se muito sobre robotização, automação e inteligência artificial.

Mas quando se trata de robotização e automação é visível que o mercado americano está muito à frente do brasileiro.

Existe uma coisa que ainda falta no Brasil que é a integração entre sistemas.

Nós estamos começando a ver este movimento acontecer, mas ele é muito lento.

Tecnologia para área contábil

As empresas de software percebem que não conseguem ter um sistema que atenda a tudo que elas precisam e é necessário integrar com bases de outros sistemas criando um fluxo de processos otimizado. 

Isso é uma coisa que está iniciando no Brasil e nos EUA já é possível ver uma evolução bem maior.

Existe um viés tecnológico mais forte nessa questão nos EUA, até porque no Brasil na minha opinião, as empresas de software estiveram muito mais envolvida com aspectos técnicos para atender ao fisco do que propriamente para atender às necessidades do usuário.

E consequentemente somente agora nós começamos a ver esse movimento no Brasil, essa é uma das tendências que eu enxergo para os próximos anos e neste ponto eu diria que o mercado americano evoluiu mais quando comparado ao nosso.

Eles veem tudo de uma forma mais clara e hoje ao contrário do empreendedor brasileiro, a menos que tenha alguma habilidade em tecnologia, que não consegue ver isso como um ecossistema.

Você olha para o seu sistema contábil e acha que ele tem que entregar tudo e não vê existe a necessidade de um “ecossistema”, de integração, e que para dar certo tudo deve estar interligado para funcionar.

Portanto, ao meu ver, o que precisamos evoluir é:

• Aprender a se vender melhor, tantos os americanos quanto os brasileiros.
• É preciso continuar investindo no aspecto tecnológico e em ferramentas. Além disso entender o que você vai fazer quando a maior, se não toda, a parte de processos que você faz se tornar automatizada. Como ainda não está tudo automatizado você tem tempo, um curto tempo, para pensar nisso, mas se torna muito ameaçado se demorar para entrar neste processo.
• E por fim deve entender que devemos estar próximos as empresas de software e elas precisam entregar o que a gente precisa que está relacionado a questão do ecossistema onde temos sistemas interligados nos entregando tudo de forma plena.

Podemos concluir que apesar de algumas diferenças o mercado está bem equalizado e o empreendedor brasileiro deve começar a se aprofundar nas questões tecnológicas com a maior brevidade possível.

Pense no seu negócio como um todo, enxergue a integração de sistemas e esteja um passo à frente de todo o mercado sempre.