Eu queria me sentir cuidado, não simplesmente pela obrigação imposta, mas pelo amor e consideração.
Eu queria me sentir mais amado, amado pelo que sou, pelo que deixei de ser e pelo que ainda posso ser.
Eu queria me sentir desejado, pois o desejo aquece tudo, valoriza o ego e nos motiva a querer ainda mais.
Eu queria me sentir compreendido, não em grandes coisas ou em assuntos complexos, mas em pequenos gestos e mesmo em sentimentos sem tanta importância.
Eu queria não se lembrar das pequenas coisas, só queria olhar para elas e nunca ter de pensar por que elas parecem tão difíceis.
Eu queria ser admirado, não em grandes frases ou palavras, mas no olhar, como que simplesmente enxergando um brilho diferente nem fosse por alguns momentos.
Eu queria ter prioridade, mesmo que não fosse sempre, mas que pelo menos fosse maior do que coisas quase insignificantes.
Eu queria mais interesse genuíno, não por tudo, mas pelo que gosto de ler, de assistir e de fazer, nem que seja simplesmente para compartilhar aquilo que pode parecer sem importância.
Eu queria ser elogiado, sem exageros ou falsidade, mas pelos pequenos gestos e coisas, e em momentos simplesmente inesperados.
Eu queria sentir confiança, confiança de poder dizer o que sinto e penso, sem ser julgado e poder dizer frases que não seriam erroneamente interpretadas.
Eu queria poder dizer o que não gosto, sem que isso signifique que eu tenha rejeitado o todo só porque não gosto de uma pequena parte.
Eu queria não precisar dar indiretas, nunca usar metáforas e nem tampouco ter de dizer a outros, o que nem precisaria dizer diretamente.
Eu queria só ter uma coisa em comum, o empenho e a determinação e poder ter a certeza que quando não se alcança um objetivo, simplesmente foi porque não era possível.
Enfim, depois de escrever e reler tudo o que queria, me sinto ainda pior do que quando comecei a escrever e a pensar, pois percebo que o real problema sou eu, pois na verdade sou eu que queria demais, muito mais que poderia querer.